OQUE É CNC ??

OQUE É CNC ??

CNC

 

A sigla CNC significa comando numérico computadorizado e refere-se a máquinas-ferramenta comandadas por computadores.

A primeira máquina-ferramenta controlada por computador foi uma

fresadora. Ela surgiu em 1952 e destinava-se a usinar peças de geometrias

complicadas utilizadas em aviões e helicópteros. Na verdade, tratava-se de uma

fresadora já existente – fabricada por uma empresa americana chamada Cincinnati

– que sofreu modificações em seus componentes mecânicos e recebeu um

controlador eletrônico.

Este primeiro controlador eletrônico não lembra, nem de longe, os pequenos

e poderosos controles numéricos atuais. Eles tinham várias vezes o tamanho da

própria máquina, consumiam muita energia elétrica, falhavam freqüentemente

e sua capacidade de cálculo era muito limitada, se comparada à tecnologia

atualmente disponível.

No entanto, apesar dessas limitações, essa fresadora inaugurou a era das

máquinas-ferramenta CNC.

Durante cerca de oito anos, entre 1952 e 1960, a utilidade desse novo tipo de

tecnologia foi testada nos mercados dos Estados Unidos e da Europa. Os usuários

de máquinas-ferramenta, desconfiados da eficiência dos equipamentos e assustados

com os preços elevados, não aderiram imediatamente ao novo conceito de

produção. Apenas poucas indústrias, como a aeronáutica e a automobilística,

tinham condições financeiras para adquirir este tipo de equipamento.

Com a redução progressiva dos custos e o aumento da capacidade de cálculo

dos controladores eletrônicos, a tecnologia CNC popularizou-se entre indústrias

pequenas e médias. Hoje, é praticamente impossível imaginar a indústria,

principalmente os setores mecânico e metalúrgico, sem a presença de máquinasferramenta

CNC.

Os benefícios trazidos pela aplicação de comandos numéricos a máquinasferramenta

foram inúmeros:

· fabricação de peças de geometrias mais complexas, tolerâncias dimensionais

mais estreitas e melhor acabamento superficial

· maior repetibilidade das características do produto: as peças produzidas A U L A

são idênticas umas às outras, independentemente dos fatores humanos;

· redução da fadiga dos operadores humanos, que passam a ser responsáveis

apenas por tarefas de preparação, programação e controle de produção das

máquinas;

· flexibilização da produção, ou seja, possibilidade de fabricação de pequenos

lotes de uma grande variedade de peças, sem que para isso sejam necessários

ajustes demorados no equipamento;

Mas como freqüentemente ocorre no campo das inovações tecnológicas,

o uso das máquinas CNC também trouxe alguns problemas, como:

· necessidade de investimentos relativamente elevados para aquisição dos

equipamentos;

· necessidade de treinamento e capacitação de mão-de-obra, para utilização

de todo o potencial tecnológico das máquinas;

· desemprego nos segmentos de indústria onde foram instaladas.

Alguns desses problemas, no entanto, poderiam ser solucionados na própria

empresa. Assim, a recapacitação dos operários para novos postos de trabalho ou

até sua absorção pelos próprios fabricantes dos equipamentos automáticos são

soluções viáveis, que dependem basicamente da política social da empresa.

Fresando com o cnc

Você já conhece o processo de fresamento convencional que utiliza

fresadoras convencionais. Você deve então estar se perguntando: afinal,

o que tem uma fresadora CNC que uma fresadora convencional não tem?

Se você olhar para uma fresadora CNC,

vai notar componentes que já lhe são familiares

como o cabeçote e a mesa, por exemplo.

Mas, com certeza, vai sentir falta de

muitos outros presentes na velha fresadora

convencional.

Para começar, não há manípulos.

Também não há aquelas alavancas e tabelas

que permitem a determinação das rotações

e avanços. Em compensação, você vai se ver,

face a face, com um painel cheio de botões,

teclas e luzes coloridas e uma tela, como as

de um televisor, com um amontoado de informa

ções que, em um primeiro momento,

vão lhe deixar atordoado.

Logo, você vai se perguntar como fazer para movimentar a peça ou a

ferramenta. A resposta está no grande armário de metal próximo à máquina.

Nesse armário estão os componentes elétricos e eletrônicos, que são responsá-

veis pelo controle da operação da máquina. Entre esses componentes encontrase

o comando numérico computadorizado (CNC), que é um computador

responsável, principalmente, pelos movimentos da máquina.

 Além do CNC, há também os drivers. Esses são um conjunto de circuitos

eletrônicos, destinados a controlar a rotação do motor e uma série de outros

componentes auxiliares.

Vamos ver como tudo isso funciona?

O comando numérico lê, interpreta e executa cada um dos códigos que

compõem o programa de usinagem da peça. Por exemplo, vamos supor que

você quer que o eixo longitudinal da fresadora se desloque para a coordenada

120 mm, com um avanço de 250 mm/min. Para que o CNC entenda isso, você

deve programar G1 X120. F250. Mas não se preocupe agora com esses códigos.

Eles serão estudados oportunamente.

Para executar uma ordem, o CNC envia uma mensagem ao motor que está

ligado ao eixo longitudinal da máquina. A ordem, na verdade, é um sinal elétrico

que deixa o comando numérico para acionar diretamente o motor. No entanto,

como este sinal elétrico é muito fraco e insuficiente, é necessário amplificá-lo.

A amplificação do sinal elétrico é feita pelos drivers. Em outras palavras,

o driver recebe um sinalzinho do CNC e envia um sinalzão ao motor. A partir daí

o motor gira no ângulo e velocidade desejados. Viu por que os manípulos

e as alavancas não são mais necessários?

Mas ainda resta um problema: será que a ordem foi fielmente obedecida?

Será que o motor girou exatamente o que você queria e na velocidade que você

determinou?

Você pode verificar se a ordem dada pelo CNC foi cumprida por meio dos

sensores. Os sensores são os olhos do comando numérico. Eles informam ao CNC

o que está ocorrendo com a máquina e permitem a correção de eventuais desvios

entre o programado e o real. Os principais sensores são os de posição e de

velocidade.

Em relação às fresadoras convencionais, além de toda esta parafernália

eletrônica, as fresadoras CNC modernas também apresentam melhoramentos

mecânicos.

Assim, os fusos, antes trapezoidais, passam a ter um perfil semicircular

e contam com esferas para reduzir o atrito e aumentar a exatidão da máquina.

Com os mesmos objetivos, os antigos barramentos são substituídos por guias

lineares de rolamentos. Além disso, a estrutura da máquina também é reforçada

para permitir maiores taxas de remoção de cavacos.

Finalmente, as fresadoras CNC são adequadas para a produção de pequenos

lotes de peças de um mesmo tipo e, às vezes, um lote único.

Os centros de usinagem

A evolução natural das fresadoras acabou por dar origem aos chamados

centros de usinagem.

Os centros de usinagem são, na verdade, fresadoras às quais se juntaram

outros sistemas mecânicos e eletrônicos, para obter uma máquina mais versátil.

Todo centro de usinagem tem um dispositivo conhecido como magazine de ferramentas.

O magazine tem a função de alojar um

certo número de ferramentas, o qual pode

chegar a mais de uma centena.

Os magazines constituem-se, normalmente,

de um cabeçote giratório e de esteiras.

O cabeçote giratório, também conhecido

como torre ou revólver, comporta poucas ferramentas.

As esteiras ou correntes arrastam

os porta-ferramentas e comportam uma grande

quantidade de ferramentas.

Para efetuar a troca da ferramenta que está no cabeçote por uma das que se

encontram no magazine, é necessário um mecanismo conhecido como ATC,

abreviação do termo, em inglês, Automatic Tool Changer, ou seja, trocador

automático de ferramentas.

Os magazines e os ATCs possibilitam a troca automática de uma ferramenta

por outra e aumentam a independência da máquina em relação à presença do

operador humano. Uma mesma máquina pode fazer operações de fresamento,

furação, mandrilamento, alargamento, rosqueamento etc., eliminando-se o tempo

gasto na preparação de várias máquinas e o transporte do produto entre elas.

Assim, o produto fica pronto mais rapidamente e a um custo menor. Estes

fatores podem ser decisivos para a sobrevivência da empresa, principalmente se

for levada em conta a concorrência internacional à qual se encontram cada dia

mais sujeitas.

Os centros de usinagem, ao contrário das fresadoras CNC, são mais utilizados

na produção de lotes médios e grandes de peças. Nesse caso, a tecnologia

CNC, voltada para a flexibilidade, isto é, a produção de lotes médios de peças

variadas, foge do tipo de aplicação para a qual foi criada.

Colocando os pontos nos eixos

Em máquinas comandadas numericamente, um conceito muito importante

é o de eixo. O número de eixos é o número de movimentos que

a máquina pode executar ao mesmo tempo.

Como os tornos, as fresadoras e centros de usinagem têm eixos longitudinal

e transversal, denominados X e Y, respectivamente. Além desses, possuem

ainda o eixo vertical (nas máquinas verticais) ou horizontal (nas fresadoras

e centros de usinagem horizontais). O eixo vertical é chamado eixo Z.

Quando os eixos X, Y e Z se movimentam ao mesmo tempo, diz-se que as

máquinas são de três eixos. Quando a ferramenta pode se movimentar simultaneamente

nos eixos X e Y, ficando o eixo Z somente para os movimentos de

aproximação e afastamento da ferramenta em relação à peça, diz-se que se trata

de uma máquina de dois eixos e meio.

Esta característica é importante quando se desejam fresar superfícies com

formatos complicados, como as dos moldes destinados a estampar peças de

carroceria de automóveis. Para que a chapa de aço adquira aquele formato todo

arredondado, ao ser prensada, a cavidade do estampo deve ter a mesma

geometria.

Antigamente, e mesmo ainda hoje, a

usinagem dessa cavidade era feita com o auxílio

das fresadoras copiadoras. As máquinas apalpavam

um modelo e faziam a ferramenta reproduzir

a geometria desse modelo sobre um bloco de

aço. Atualmente, é possível usinar todo o molde

com a ajuda das fresadoras CNC.

Para peças de formatos ainda mais complicados,

principalmente as utilizadas na constru-

ção de aviões, existem fresadoras com 4 ou 5

eixos,como a mostrada na figura ao lado. Nessas

máquinas, além dos eixos lineares X, Y e Z, a

ferramenta ainda pode apresentar um ou dois

movimentos angulares, com cursos de aproximadamente

40°.